segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Hábito de amar

Tenho por hábito dizer que quanto mais se tem mais se quer e quando se tem pouco ou nada vai-se acostumando (quero ver se ganho coragem para sair desta 2ª fase ;-)) e este poema delicioso reflecte isso mesmo.




Não é exacto que o prazer só perdura.
Muita vez vivido, cresce ainda mais.
Repetir as mil versões prévias, iguais
É aquilo que a nossa atracção segura:

O frémito do teu traseiro há muito
A pedi-las! Oh, a tua carne é ardil!
E a segunda é, que traz venturas mil,
Que a tua voz presa exija o desfruto!

Esse abrir de joelhos!
Esse deixar-se coitar!
E o tremer, que à minha carne sinal solta
Que saciada a ânsia, logo te volta!
Esse serpear lasso!
As mãos a buscar--Me.
Tua a sorrir!
Ai, vezes que se faça:
Não fossem já tantas,
não tinha tanta graça!

Bertold Brecht

bj Sara

2 comentários:

R disse...

Deliciosamente excitante! Aguça mesmo o apetite... :)

Beijos

Sara disse...

Muito bom sinal ;-) bj Sara