sábado, 27 de agosto de 2011

Desejo controlado


Passeava eu no meio da serra daquela magnífica localidade que é Sintra,repleta de misticismo e magia, quando senti o toque do meu amigo.
Um toque suave, calmo mas repleto de desejo. Desejo que nasceu desde o primeiro dia em que nos vimos, à quase 4 anos, mas que foi sendo reprimido devido a vários factores, mas que nunca morreu...
Um pequeno almoço diferente foi o que nos reservámos a fazer naquele dia.
Um passeio matinal repleto de candura e amizade, seguido de um café e um célebre pastel, condimentada por vários minutos de conversa educativa, simples, óptima...
De seguida outro passeio, primeiro para ver as vistas habituais, depois inconscientemente pelos caminhos menos explorados e também mais sedutores para quem um simples toque faz toda a diferença...
Relutante segui-o sempre com uma palavra na boca para lhe desviar a mente do contacto físico, se bem que a mim me passava sempre pela cabeça, mas, alguns factores externos ainda se interpoêm na nossa química.
O aroma agradável das árvores de manhã, a ligeira brisa, o sol quente tudo se coadunou para estimular os sentidos. Bastou um toque ligeiro na minha perna para esquecer os estereótipos...
Mais uma vez aquelas palavras ditas ao ouvido que me enlouquecem gradualmente, o toque das mãos, o olhar felino e o sorriso...Ai, aquele sorriso foi o que me enlouqueceu ao inicio.
Distraidamente enveredamos mais na natureza. Os toques ao principio tímidos vão crescendo na intensidade. O seu desejo vai aumentando, notando-se na forma como me massaja as costas, os ombros, o pescoço...
Sem saber como, já estava encostada a um muro com a sua mão entre as minhas coxas, e que mão...
Os seus lábios percorriam o meu peito, a minha cara, a minha boca..
Tanto desejo reprimido, tanta fúria animalesca prestes a explodir. Dois seres que de tanto falarem dos seus sentimentos e gostos parece que já conhecem o corpo um do outro de olhos fechados. Mas, não , não os fechamos . Queremos observar tudo o que o outro está a sentir, entrar-lhe na alma, saborear todos os momentos.
E é que fazemos; literalmente comemo-nos com os olhos, mãos e boca. E que loucura que é.
As suas mãos percorrendo-me o corpo escondido pelo vestido, a sua boca procurando incansavelmente a minha e simultaneamente percorrendo o meu pescoço e peito...
Gradualmente esquecemos-nos de onde estamos e avançamos com as carícias, quando somos despertados por umas vozes...
Renitentemente afastamos-nos e tentamos-nos recompor um pouco, mas, o ritmo da respiração é mais traiçoeiro e demora a estabilizar.
Após, tal precalço acontecer e eu voltar quase à normalidade olho para as horas e lembro-me do meu compromisso, e também inconscientemente que talvez ainda não fosse a altura de avançarmos.
Mas, como eu gostava que tal sucedesse...

Sara

Sem comentários: