quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pecado mortal

Poemas eróticos são maliciosos
sensuais e deliciosamente perigosos….
tal como assistir a filmes pornográficos
para acordar monstro hibernando…

Fico a pensar o que busco em ti
enquanto rabisco desejos,anunciando anseios
ao invés de lascar-te um beijo
e entregar aos teus carinhos meus seios.

Sem rimas fáceis, sem situações previsíveis.
Numa intensa crise corre,
irresistível, meu frisson por ti
incontrolável fúria à tua procura
horas a fio, preenchendo meus pensamentos…

Meu amor um momento!
Isso é loucura?
Paixão?
Paranóia?
Que situação!
Que confusão de sentimentos…

Quando tiveres a resposta
tu encontraras a mim, completamente pronta,
tonta de desejo por teu beijo,
por tua pele escura, tintura de meu ventre que sente
que apenas a ti pertence…

Minha pele está entranhada pelo teu cheiro
caudalosamente banhada por tua língua
que sucumbe a cada investida,
revestida por teu suor
que impregna minha alma…

Não sou uma mulher,
sou parcelas que se juntam
e agregam-se num furacão
que entra em ebulição,
quando tocas cada uma delas:
vagina, orelhas, boca, ancas, pernas, pés e mãos…



Neste instante,
essas partículas minúsculas,
tornam-se uníssonas.
Transformam-se num conjunto
em busca de delícias da mais pura e gostosa malícia.

Tu és pastor de um rebanho desgarrado
e só tu tens o poder de torná-lo gregário.
Só tu tens a chave desse universo paralelo
Só tu podes desvendar esse mistério…

De corpo furacão, de mulher ebulição,
de um ser fragmentado em inúmeras personas:
Uma Eva expulsa do paraíso
A agregada mais bonita da Senzala
Uma cortesã em homenagem a cidadão ateniense
Um anjo lascivo, um demónio bandido
Uma princesa enclausurada em torreão
Uma Galla sem Dali

A cometer crimes, a purgar sacrilégios a pregar teu credo
A sofrer em segredo, este mais cruel degredo que é estar longe de ti…

(Gueixa)

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